sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Início do ciclo




É com grande prazer que anunciamos que desde quinta-feira passada iniciamos o projeto Biologia Animada no colégio Paulo Freire, com adesão total e muitas perspectivas fizemos nossa primeira exibição. Seguindo a indicação da Professora Malu e pela excelente qualidade do filme apresentamos “O óleo de Lorenzo”, drama baseado em fatos reais que conta a estória de Lorenzo e seus pais. Lorenzo é um garotinho portador de uma doença genética letal à época e seus pais incrédulos com o prognóstico buscam de qualquer maneira uma terapia para a doença. O filme nos permitiu gerar diversas questões para discussão, tanto com relação à produção do conhecimento científico, como à genética e ética no processo científico. Achamos interessante levantar questões relativas aos métodos científicos já que ao analisarmos os questionários respondidos pelos alunos identificamos uma lacuna de conhecimento sobre o assunto, e é interessante percebermos que a maioria dos alunos não conhece e/ou compreende o processo científico. Talvez alguns filmes contribuam para essa realidade já que mostram o processo completamente fragmentado.

Além das atividades do projeto da tarde com o ciclo de cinema, que aborda temas de genética, no turno matutino desenvolvemos o projeto que envolve os quatro tipos de mídia com o tema gerador Meio ambiente. Cada semana os bolsistas (Guilherme, Gabriel e Victor) juntamente com a Professora Andréa se reúnem e discutem os rumos e metodologias das próximas aulas. O projeto promete muito, pois nos permitem abrir um leque de possibilidades que instiguem mais os alunos a buscarem informação e conhecimento por si mesmos. E sendo esse um dos nossos objetivos procuramos aproximar o conhecimento técnico da realidade


Saudações a todos,


Equipe Paulo Freire

domingo, 16 de agosto de 2009

A arte da biologia

Livros são uma paixão. Quadrinhos são uma paixão. Cinema é uma paixão. Meu pai, que era crítico de cinema, costumava comparar uma sessão de cinema ao encontro primitivo, que ocorria nos tempos imemoriais, das pessoas em torno do fogo, com o fascínio que a chama exerce até hoje sobre nós. Para ele, uma sala de cinema era como uma caverna escura onde as pessoas se reúnem pra olhar o fogo, ou a tela. Por isso mesmo, custou muito a se render à televisão, que considerava fogo individual, um pálido “palito de fósforo”, comparado ao calor da grande tela de cinema que nos hipnotiza tanto quanto a chama ancestral. A luz, o movimento e as histórias nos fascinam.

Mas se costumamos “ver” as histórias na tela do cinema, também as “vemos” nos quadrinhos, e em nosso íntimo, quando traduzimos em imagens únicas, sentimentos e emoções os livros que nos capturam.

Gosto muito de um escritor moçambicano, chamado Mia Couto. Ele é biólogo e escritor consagrado. Como biólogo, faz consultoria ambiental em seu país, ao mesmo tempo em que escreve livros carregados de imagens poéticas. As pessoas lhe perguntam: como consegue conciliar literatura e biologia? Fácil, ele responde, não há contradição alguma entre elas. Vejam o que diz:

“...ciência e arte são como margens de um mesmo rio. A Biologia não é diurna nem noturna se não se assumir como autora de uma espantosa narração que é o relato da Evolução da Vida. Podem ter certeza que essa história é tão extraordinária que só pode ser escrita juntando o rigor da ciência ao fulgor da arte”.

O projeto Biologia Animada nasceu de nossa paixão pelos livros, filmes, quadrinhos e de nosso incondicional amor pela biologia. Queremos, com ele, trazer para a mesma roda de conversa, em volta do fogo, esses mundos que muitos consideram separados, mas que, para nós, são parte da mesma coisa: arte e ciência. E queremos, com ele, trazer muitos estudantes que ainda vêm essas duas partes tão importantes de nossa vida como separadas.

Aqui nesse espaço vamos trocar nossas experiências, leituras, passeios cinematográficos, conhecimentos sobre a vida e muito mais. O blog é nosso ponto de encontro, o fogo que nos manterá juntos, apesar da distância entre as cinco escolas que estão apostando nessa idéia. Agora, é avivar o fogo com nossas paixões.