terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ciência e cientista: o que pensam estudantes do DF?

   As concepções sobre ciência e cientista são muito discutidas na área de Ensino de Ciências. Diversas pesquisas já mostraram indícios de que muitos estudantes, tanto de ensino médio quanto da graduação e até mesmo professores, tem uma concepção bastante deformada do que seja o fazer científico. 
   Essas deformações não só circulam em escolas e universidades, mas são reforçadas pelo que vemos na mídia e são bem demonstradas nos exemplos que seguem - em filmes, quadrinhos e reportagens:

Doc, da trilogia "De volta para o futuro", representado como um cientista louco.

Franjinha, da Turma da Mônica, o mais inteligente do bairro do Limoeiro.

 A revista Isto É, como bode expiatório para todas as outras reportagens em que a ciência descobre, prova e comprova, sem espaço para refutações. Não é à toa que Luís Fernando Veríssimo fica irritado quando a ciência resolve mudar de opinião.

Cientistas que colocam em risco a vida de milhares de pessoas, como Otto Octavius de "O Homem-Aranha".


   Com o objetivo de identificar e refletir sobre as concepções de nossos estudantes, seis dos bolsistas e duas professoras do PIBID de Biologia da UnB desenvolveram um trabalho em conjunto. Para nós, bolsistas, foi muito rico aprender ao longo desse processo de três semestres sobre a epistemologia da ciência, através de leituras indicadas pelas professoras, com destaque para o livro “O que é ciência afinal?” (Chalmers, 1993) e para o artigo “Para uma Imagem não Deformada do Trabalho Científico” (Gil Pérez et al., 2001).
   
   Durante um ano e meio fizemos reuniões semanais para discutir sobre a natureza do fazer científico e trabalhamos na categorização e interpretação das respostas dos estudantes a duas questões: “Descreva como você imagina que seja o trabalho de um cientista e quais as etapas de sua investigação” e "O cientista é um sujeito solitário, de jaleco branco, cabelo desgrenhado e óculos, que trabalha sozinho, quase escondido, num laboratório cercado de vidraria” (nessa questão foi pedido aos alunos que analisassem a descrição e respondessem se concordavam, justificando suas respostas).


   O trabalho resultante foi apresentado oralmente no VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (VIII ENPEC) e I Congreso Iberoamericando de Investigación en Enseñanza de las Ciéncias (I CIEC), que aconteceu entre 5 e 9 de dezembro de 2011 na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).


   O ENPEC é um evento promovido pela Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC) no qual há apresentação, discussão e reflexão sobre diversas pesquisas na área de educação científica. Sua primeira edição ocorreu em 1997 e desde então acontece a cada dois anos.


   A interpretação dos nossos resultados nos leva a acreditar que há forte influência da mídia na concepção dos estudantes. Por isso, acreditamos ser tão importante utilizar essas mesmas mídias no ensino, de modo a desenvolver uma postura crítica por parte dos alunos e construir uma concepção de ciência mais adequada. Entretanto, isso evidencia a extrema necessidade de discutir aspectos sobre a natureza da ciência durante a formação de professores.

Para ter acesso ao nosso artigo, clique aqui.

Equipe do PIBID-Bio UnB em Campinas

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Leitura, interpretação e apresentação de crônicas!




A longa marcha dos grilos canibais e outras crônicas sobre a vida no planeta Terra é uma obra de Fernando Reinach, biológo e escritor. O livro reúne crônicas interessantes e divertidas sobre os mais variados temas, como: ambiente, florestas, sexo, alimentação, comportamento...

Ao final do último bimestre de 2011, depois de terminar o conteúdo de ecologia no 1° ano do EM, foi desenvolvida uma atividade utilizando algumas dessas crônicas. Separei as crônicas que abordavam temas estudados pelos alunos: parasitismo, sucessão ecológica, canibalismo e outras relações ecológicas. Os objetivos da atividade eram familiarizar os alunos com leitura e interpretação de crônicas, relacioná-las com o conteúdo visto anteriormente, montar uma apresentação e avaliar a apresentação dos colegas segundo critérios pré-estabelecidos.

Cada grupo de 4 ou 5 integrantes recebeu uma crônica e um dicionário, para que durante a leitura procurassem o significado de palavras desconhecidas. Eles também podiam usar o livro e o caderno de biologia para tirar alguma dúvida sobre o tema.

O resultado foi muito bom, a maioria dos alunos realmente participou da atividade! As apresentações foram variadas, umas com desenhos, outras com textos em tópicos, ou ambos. Os grupos não foram avaliados apenas por mim, mas pelos próprios colegas também!